Com apoio da OAB e Ineppat, a campanha busca conscientizar o consumidor sobre o peso da carga tributária
Você sabe que o açúcar do cafezinho matinal poderia ser "mais doce" ao bolso do consumidor, se não fosse os 40,4% de imposto que o produto traz embutido nos cristais? Ou que um veículo poderia ser adquirido pela metade do preço, se não trouxesse no "bagageiro" uma carga tributária de até 50% do valor do bem? E que poderíamos falar por mais tempo ao telefone se cada ligação não tivesse 47,7% de tributos?
Enfim, no momento de adquirir um produto ou serviço, você sabe a quantidade e o valor dos tributos que estão inseridos no preço final? Até as 19h de ontem, o contribuinte brasileiro já havia pago, somente este ano, R$ 308 bilhões, e o cearense, R$ 1,7 bilhão, em impostos.
Diante desse cenário e sem respostas dos governos que justifiquem a atual situação fiscal do País, o Conselho Regional de Contabilidade (CRC-CE), com o apoio da OAB-CE e do Ineppat, deflagraram na noite de ontem, em Fortaleza, nova campanha em defesa de uma maior justiça fiscal no Brasil. Presente à solenidade na sede do Conselho, a procuradora da Fazenda Nacional e professora de Direito tributário, Denise Lucena Cavalcante, puxou o debate questionando a excessiva carga tributária e a ausência de transparência nos gastos da União.
"O governo (Federal) arrecada muito, mas o pior é que gasta muito e mal, sem transparência", criticou a procuradora. Para ela, a edição de uma nova emenda à Constituição Federal faz-se necessária, no sentido de tornar mais transparente o volume de tributos contidos nos produtos e serviços.
Conforme explicou, a população até sabe que paga muito imposto, mas não tem a devida consciência crítica, por não ver o peso da carga tributária estampado no rótulo de cada mercadoria ou serviço, no dia a dia, nas gôndola e prateleiras. "E essa situação só irá mudar com pressão social, popular", defende Denise Lucena, ao sugerir a inclusão da emenda no bojo na nova reforma tributária, prometida - há anos - pelo governo.
Composição tributária
Nesse sentido, o presidente do CRC-CE, o contador Cassius Coelho, sugere que, assim como acontece com a descrição dos componentes dos alimentos, as embalagens também disponham a composição tributária dos produtos. Dessa forma, avalia Coelho, o consumidor teria condições de saber o quanto e quantos tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS etc) inflam o preço real do bem ou serviço.
Para ele, de todos, "o ICMS (imposto Estadual) é o mais prejudicial (ao bolso), porque incide sobre toda a cadeia produtiva, mas quem o paga de fato é o consumidor final". Além do que, acrescenta o presidente do CRC - CE, "proporcionalmente, o atual modelo tributário afeta mais quem ganha menos".
No âmbito das empresas, ele considera que acontece o mesmo. "As empresas pequenas pagam mais do que as grandes, pois estas gozam de vantagens e benefícios fiscais, que as primeiras não têm. E essa injustiça só favorece à sonegação e à informalidade", alerta.
Correção
Como forma de promover maior justiça fiscal, Coelho defendeu ainda a correção anual da tabelado Imposto de Renda, de acordo com a inflação; e a elevação do teto de enquadramento das empresas do Simples Nacional de R$ 2,4 milhões, para R$ 3,6 milhões. Em relação à elasticidade das parcelas para pagar o IPVA, ele diz que "depende apenas de vontade política".
Diário do Nordeste
http://www.jornalcontabil.com.br
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CRC quer maior justiça fiscal
Postou 02/08/2011 - 02:00 (#2)
Muito boa a iniciativa.
Nos EUA já existe algo neste sentido para mostrar aos consumidores o quanto pagam de impostos.
Lógico que com toda a confusão fiscal que existe no Brasil o valor exato do imposto pago é impossível.
E isto não existe em lugar nenhum do mundo.
Mas com certeza darmos o primeiro passo é fundamental.
Nos EUA já existe algo neste sentido para mostrar aos consumidores o quanto pagam de impostos.
Lógico que com toda a confusão fiscal que existe no Brasil o valor exato do imposto pago é impossível.
E isto não existe em lugar nenhum do mundo.
Mas com certeza darmos o primeiro passo é fundamental.
Postou 02/08/2011 - 08:23 (#3)
Acho uma boa idéia colocar a composição tributária nos produtos, para que assim possamos ver o que realmente estamos pagando, mas também sei que vai ser uma longa caminhada.
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