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Carga tributária faz brasileiro ter poder de compra menor

Postou 14/02/2012 - 11:41 (#1) Membro offline   Ismael 


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Carga tributária faz brasileiro ter poder de compra menor
02/13/12 1:30 PM por ANA PAULA PEDROSA

Ano após ano, os governos federal, estaduais e municipais batem recorde de arrecadação. O que entra nos cofres públicos sai do bolso dos brasileiros – só no ano passado, foram R$ 1,5 trilhão, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Enquanto o poder público comemora a arrecadação, a população perde poder de compra e as empresas ficam menos competitivas.

A carga tributária representa hoje 35,13% do Produto Interno Bruto (PIB). Para comparar, nos Estados Unidos, os impostos levam 24,8% do PIB e, na Argentina, 29%. Essa diferença se reflete diretamente no bolso do consumidor. De batata a carro, os produtos à venda no Brasil são muito mais caros do que no exterior. Também por isso, o brasileiro tem viajado cada vez mais para comprar. “O turismo com o objetivo de comprar subiu 40% no último ano”, calcula a diretora da Associação Brasileira de Agências de Viagem em Minas Gerais (Abav-MG), Regina Casale.

Só no ano passado, os brasileiros gastaram US$ 21,2 bilhões no exterior, 29,2% a mais do que em 2010 e um recorde na série histórica do Banco Central. O médico Juliano Scheffer ajudou a engordar essa conta. Apaixonado por viagens, ele aproveitou visitas à Europa e aos Estados Unidos para comprar de tudo um pouco, desde roupas até objetos de decoração, passando pelo enxoval da filha Cecília, que ainda vai nascer.

“Tudo que eu consigo trazer, eu trago, porque a diferença de preço é absurda. Os nossos impostos nos agridem”, diz ele, que já chegou a abandonar roupas usadas no hotel para encher a mala com itens novos. “Gasto menos da metade do que gastaria comprando aqui”, diz.

Se quem viaja percebe a diferença, quem já viveu no exterior sente mais ainda. A empresária Maria Vilanir morou em Portugal por dez anos e retornou definitivamente ao Brasil no fim de 2011. Ela diz que, mesmo trabalhando em padaria e lanchonete, tinha mais poder de compra lá. “Comprava tudo à vista, sempre conseguia guardar dinheiro, comia bem e, se quisesse, teria comprado um carro. No Brasil, a gente fica pendurado no cartão de crédito e no cheque especial”, compara.

Ela conta que um carro novo, com todos os opcionais, custa, em Portugal, 12 mil euros (cerca de R$ 27 mil), o preço de um popular no Brasil. “E é carro chique, que tem até televisão”, diz.

De hoje até quarta-feira, O TEMPO vai mostrar os efeitos que uma das maiores cargas tributárias do planeta provoca na economia nacional. (com Helenice Laguardia)

Trabalho
Tempo. O brasileiro trabalha 149 dias por ano para pagar impostos. Na década de 1970, eram necessários 76 dias. Na Argentina, 97 dias são suficientes para quitar as contas com o governo. Os dados são do IBPT.

SEM CONTRAPARTIDA
Retorno do que é pago é o pior do mundo
Além de arcar com uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, o brasileiro é o que tem menos retorno do imposto pago. “Temos carga tributária de Primeiro Mundo e retorno de países que nem são desenvolvidos”, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike.

O estudo da entidade abrange os 30 países com a maior carga tributária do mundo e leva em conta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador da Organização da Nações Unidas (ONU) para medir qualidade de vida. O Brasil ficou em último lugar. Em primeiro ficou a Austrália, seguida pelos Estados Unidos. Uma das explicações do baixo retorno é que 70% da arrecadação é destinada a pagar despesas correntes dos governos, sobrando pouco para investimentos.

O que os números mostram a professora Elen Brandão comprovou quando se mudou para a Escócia, há quatro anos. Ela conta que os impostos levam até 40% dos maiores salários, mas que não é preciso fazer gastos particulares com educação ou saúde. “Uso todos os serviços públicos. No Brasil, quem não tem como pagar sofre”, resume. (APP)

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SEM PERDÃO
A cada três carros, um fica com o governo em impostos
Trabalhador tem sonhos, mas carga pesada de tributos inviabiliza planos
Helenice Laguardia
O governo é o nosso maior sócio quando entra em cena o peso do imposto em vários tipos de produtos no Brasil e nos salários. No caso do carro, um dos itens mais desejados de consumo pelos brasileiros, a cada três unidades, o governo fica com uma. “O imposto sobre os carros, aqui, no Brasil, é de 33% do preço final e, no mundo inteiro, o maior imposto é de 16%, que é nos Estados Unidos. O Brasil tem o dobro do maior imposto do mundo”, disse o diretor da IHS Automotive, Paulo Cardamone. Para ele, o preço do carro poderia cair em 32% se todas as recomendações feitas ao governo sobre competitividade fossem adotadas. “Mas isso é muito difícil”, disse.

A jornalista Ana Amélia Santos Bicalho Parreiras, 31, gostaria de ter um carro, mas os impostos não deixam. “O dinheiro não rende. O que eu pago em impostos no que eu consumo e no salário, eu poderia até investir num carro ou viajar”, disse a jornalista.

Levantamento da consultoria CSM mostra uma diferença de preços quase incompreensível não fossem os impostos. Enquanto o brasileiro gasta o equivalente a US$ 15,6 mil para comprar um Fiat Uno 0 km, esse é o mesmo valor que um Honda Civic custa na Europa. No Brasil, pagam-se pelo Honda Civic US$ 32,4 mil; e o europeu paga US$ 15,6 mil.

Assusta o pedaço do imposto no preço de cada produto ou serviço. As contas de água (29,83%), de telefone fixo ou celular (47,87%), energia (45,81%), gás de cozinha (34,04%) e gasolina (57,03%), por exemplo, têm alta carga tributária.

O sócio da PwC em Minas Gerais, Roberto Corrêa, disse que, além do tributo em carros, o imposto no setor elétrico também choca. “Tem sentido a alíquota do ICMS da energia ser de 25%?”, questiona. No setor elétrico, incluindo a carga tributária mais encargos setoriais, o percentual chega a 45%. “Um bem tão essencial como energia deveria ter desoneração em toda a cadeia para aumentar o consumo”, disse Corrêa, referindo-se ao Brasil como um dos países campeões em impostos na energia elétrica.

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Fonte: O Tempo em http://www.otempo.com.br/


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