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Retorno de setor no Brasil é o dobro do registrado nos EUA
Postou 21/08/2013 - 08:19 (#1)
Kelli Silva 
Pontos: 20.00
Retorno de setor no Brasil é o dobro do registrado nos EUA
Caio Zinet
O retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) dos cinco maiores bancos brasileiros no primeiro semestre do ano supera a média de quatro instituições norte-americanas de peso: JPMorgan, Bank Of America, CitiBank e Goldman Sachs. A média dos nacionais é de 22,9%, enquanto os estrangeiros têm um retorno de 10,9%. No Brasil, os resultados foram puxados pelos bancos públicos que tiveram um resultado bem acima da média.
O Banco do Brasil (BB), com 31,9%, foi o líder nesse quesito impulsionado pelo lucro líquido recorde de R$ 10 bilhões, devido em grande parte às receitas ao lançamento das ações na bolsa de seu braço segurador, o BB Seguridade, em abril deste ano. No mesmo período do ano passado, o retorno da instituição foi de 19,3%.
A Caixa também apresentou um resultado forte de 26,6%, abaixo, no entanto, do resultado do primeiro trimestre do ano passado de 29,6%. Nos últimos cinco anos o banco apresentou uma expansão nos ativos que passaram de R$ 295,9 bilhões em 2008 para R$ 814,3 bilhões. O retorno também cresceu porque o crédito impulsionou os lucros do banco. Somente entre o primeiro trimestre de 2012 e 2013, o saldo da carteira saltou 42,5%, a expansão mais expressiva do mercado.
Os bancos privados apresentaram resultados superiores aos dos americanos, mas abaixo dos públicos. O Itaú Unibanco teve um retorno de 19%, acima dos 18,6% obtidos nos primeiros seis meses de 2012. No Bradesco, o retorno foi de 18,7%, abaixo dos 20,6% de 2012. Entre os grandes, o Santander teve o pior resultado com 11,5%, no primeiro trimestre do ano passado o banco obteve um retorno de os 13,2%.
Entre os bancos americanos, o JP Morgan puxou a fila com 17% de ROE, em seguida vêm o Goldman Sachs com 11,5%, o Citibank com 8,8%. O Bank of America fecha a lista entre os bancos analisados com 6,55% de retorno.
O ROE é um cálculo que mede a relação entre o lucro líquido da empresa e seu patrimônio médio em taxas anualizadas, quanto maior o indicador mais consistente o resultado da empresa. Os investidores do mercado utilizam a taxa como forma de medir a sustentabilidade de uma empresa.
O analista independente e Diretor da Infopro (Instituto de Formação Profissional), Richard Rytenband, acredita que os fortes resultados brasileiros foram impactos, sobretudo, pela orientação do governo federal para que as instituições públicas emprestassem mais para compensar um baixo crescimento econômico e uma queda no consumo.
"Os dados do Banco Central mostram que o governo quer 'estatizar' o crédito no Brasil, via suas instituições financeiras", comentou o analista. Para ele, no entanto, o fraco crescimento, a inadimplência em alta e as perspectivas de um mercado de trabalho em desaquecimento, pediam mais cautela nos empréstimos.
"O governo está acelerando o carro numa pista molhada. Por enquanto está controlando, mas qualquer deslize no caminho pode significar um acidente grave. As experiências passadas parecidas com essa não tiveram bons resultados", afirmou.
Dentro desse cenário, os bancos privados têm apostado numa postura oposta. Os dados do primeiro trimestre do ano mostraram expansões de lucro, crédito e retorno mais tímidas com essas instituições se precavendo contra possíveis cenários mais adversos ao longo dos próximos anos.
"Por enquanto os resultados dos públicos estão vindo bons, mas como as pessoas vão pagar suas dívidas se o desemprego aumentar num cenário de médio prazo?", questiona Richard.
Fonte: DCI – SP
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